Sertão é por os campos gerais a fora e a dentro,
eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia...
Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas,
sem topar com casa de morador...


Sertão é o sozinho(...)Sertão: é dentro da gente.



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cordisburgo: Gruta de Maquiné

Cinco kilômetros do centro de Cordisburgo até a Gruta, informou-me Elaine. Sendo que quatro eram morro acima.
Tudo bem, eu não iria perder a oportunidade de visitar o local; e, de qualquer modo, o que eram quatro kilômetros de subida?
A estradinha era asfaltada e cheia de curvas, mas sem movimento algum.



Cheguei decidida a almoçar, eram quase meio-dia e um restaurante de comida caseira me esperava com aquele cheirinho dos quitutes de fogão a lenha.
Pedi galinha ao molho pardo. E para beber?
Não sou muito de refrigerante, mas naquele hora um guaranazinho cairia bem. Não tinha. – Coca não. Então o que há, exceto coca? Fanta e Mate Couro.
O que era Mate Couro? A atendente me explicou que era uma espécie de guaraná feito com uma planta local. Resolvi provar. Delicioso.
Chegou a galinha. E não veio só: com arroz, feijão tropeiro, salada, e linguiça frita. – Começava minha viagem gastronômica pela culinária que mais me apraz: a mineira.
Naquele momento me sentia completamente turista. Uma boa refeição e um ticket nas mãos para entrar na gruta.
Amor, a palavra para descrever aquele lugar.
O amor está na beleza, dádiva divina. Debaixo daquelas galerias entendi que Deus é dom, tudo o que faz é com amor. Lembro-me de Fernando Pessoa, por Ricardo Reis: Sê todo em cada coisa/ Põe quanto és no mínimo que fazes/ Assim/ Em cada lago/ A lua toda brilha/ Porque alta vive.

Nunca em minha vida tinha estado em paisagem tão incrível. A Gruta de Maquiné é o castelo mais suntuoso e o palácio mais belo que já vi. É pura arte e conceito da natureza, tudo é delicadamente ornamentado pela água e pelos minerais. Não há museu que exponha tamanha criatividade e inteligência.
Beleza e generosidade de Deus, da vida e da natureza: Maquiné.
Sentia vontade de chorar tamanho era o meu encanto por aquele monumento que se abriam debaixo da terra. – Deus ama até nas profundezas, no escuro, no desconhecido.

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