Sertão é por os campos gerais a fora e a dentro,
eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia...
Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas,
sem topar com casa de morador...


Sertão é o sozinho(...)Sertão: é dentro da gente.



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adendo


Importante dizer que antes de chegar em Cordisburgo (terra natal de Guimarães Rosa) eu não tinha noção da influência e do significado do romancista para toda aquela região.

Não sabia, por exemplo, que Guimarães Rosa tinha feito uma viagem a cavalo, junto a uma tropa de vaqueiros, saindo do município de Três Marias para Araçaí. E muito menos que os lugares citados em Grande Sertão: Veredas existiam de verdade. Pensava que o autor, simplesmente, tinha situado a história do romance em um espaço e inventado as localidades referentes. Não tinha idéia de que os lugares estavam aí para confirmar .

Deste modo, quando planejei o percurso da viagem, inventei um caminho que pudesse me levar para o noroeste de Minas. Queria andar pela região que inspirou a narrativa, e não esperava de modo algum encontrar os lugares citados no livro.

Meu plano era sair de Belo Horizonte e ir em direção ao Rio São Francisco, de onde seguiria margeando-o até a cidade de Januária. Tomaria o sentido oeste deste ponto indo para a cidade de Chapada Gaúcha, e depois continuaria até chegar ao estado de Goiás. Visitaria Goiás Velho e, finalmente, chegaria em Goiânia, onde daria por encerrada a aventura.

Mas tão logo a travessia começou, percebi que ela se moldaria conforme as experiências e informações obtidas pelo caminho.

E foi assim que, depois de chegar em Araçaí, meu destino foi rumar para Cordisburgo e lá descobrir que o grande sertão não é a pura invenção de um bom contador de histórias, mas um mundo real extraído da vida de povos: cultura.

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