Sertão é por os campos gerais a fora e a dentro,
eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucuia...
Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas,
sem topar com casa de morador...


Sertão é o sozinho(...)Sertão: é dentro da gente.



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

10/06 - Goiás Velho

Gente, eu não podia deixar de publicar isto.

Estou em Goiás Velho e visitei o museu de Cora Coralina. E para minha surpresa, o que descubro estar em sua mesa de leitura quando veio a falecer? Nada mais nada menos que Grande Sertão: Veredas.
Pois é, parece que nada é por acaso. Achei que já tinha terminado o sertão, mas vejo que só fiz foi percorrer algumas léguas mais para dentro dele.


Outra nota que não poderia esquecer (esta é para o Valter e aqueles que conhecem ou desejam conhecer):

Quando estive em Formosa, o impossível aconteceu: encontro num quarto de pousada um livro de filosofia com o último artigo de José Américo Motta Pessanha: Razão Dialógica. E o livro dedicado a ele in memoriam, por conta de seu falecimento.
Acordei às cinco e meia da manhã e peguei o texto de cabo a rabo. Uma delícia.

José Américo foi professor de filosofia no IFCS/UFRJ e fez muitas outras cositas mas

Finalizo esta mensagem com trecho inédito de manuscrito de Cora (que na verdade se chamava Ana):

"Mesa de Trabalho...
Minha mesa de trabalho.
Carpinteiragem do imaginário, as galopas, as plainas do estilo emocional.
Minha mesa de trabalho.
Desordem harmoniosa para mim
De valor - (dicionário moderno e você, Guimarães Rosa).
Latinha vazia de manteiga Primorosa - da casa do Jujuca, tem dentro chá e folhinhas,
anotando o gasto caseiro.
Anotação à toa. Não dou conta a ninguém/xícara marrom."

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